Depois de séculos sem nenhum post, finalmente trago Cidade da Noite de volta para vocês com o meu capitulo favorito, espero que gostem....
Capitulo: oito despedidas
Abri os olhos pra a luz
embaçada de mais um dia.
Queria que esse dia nunca
chegasse, e se chegasse não fosse deste jeito.
Hoje Fred vai embora para
longe, e eu não sei se voltar a vê-lo. E tudo isso é culpa minha.
Levantei-me, sem vontade
nenhuma, da cama, hoje seria um dia longo podia sentir isso.
Meu rosto ainda era o
mesmo, mais cada dia eu me sentia mais diferente. Os olhos não me preocupavam
mais, me acostumei com o verde brilhante, os lábios cheios e proporcionais, que
antes eu achava que eram perfeitos, não são mais, não vejo beleza nenhuma em
mim, de que adianta um rosto bonito, se minha alma e ruim, eu sou má, por tirar
Fred da vida dele, da vida que os pais dele escolheram. Eu sou uma pessoa ruim.
Um mostro.
Desço as escadas.
Ana esta
animada falando com John como se nada tivesse acontecendo, ela não se importava
com Fred, deveria estar feliz por ele estar indo embora. Ana pensa que eu não
deveria falar com Fred, por ele ter menos dinheiro que nos, para ela e para
John, o dinheiro é mais importante se você não tem dinheiro não tem caráter, e
o que ela vive dizendo.
Saio de casa direto pra a
casa de Frederico, eu precisava vê-lo, precisava também me desligar de Ana. Não
gostava das atitudes dela Fred estava indo embora e ele parecia não se importar
nem um pouco.
Eu andava com pressa pelas
ruas molhadas de Seattle, o tempo estava bom quase quente mais o ar ainda
estava úmido, e o vento era frio.
Fred estava na varanda,
corri ate ele.
- Ah Fred!
- Sami, minha querida, e
bom ver você. - disse me abraçando.
Sentamo-nos nas escadas, e
ali ficamos por um bom tempo sem dizer nada. Eu me odiava por dentro por estar
fazendo isso com Fred, eu queria impedi-lo mais eu não sabia como.
- Vamos Sami. - Fred se
levantou me puxando com ele. - temos que ir.
- Os pais de Fred seguiram
na Frente às malas já estavam na estação, eu fiquei esperando Fred enquanto ele
trancava a casa. Ele saiu e deu um ultima olhada para a casa, com os olhos
cheios de lagrimas.
Passei meus braços em volta
dele, eu e que deveria estar indo embora não ele.
Seguimos para a estação, um
dos braços de Fred em minha cintura me prendendo a ele, e o outro carregando
uma mala de mão pequena. As pessoas olhavam pra nos, mais eu não me importava
com elas, não me importava os comentários, as fofocas, muitos menos os olhares
maldosos.
A estação estava vazia,
apenas um homem baixinho que arrumava as malas estava na plataforma de embarque,
os pais de Fred, sentados no banco mais afastado de nos.
- Por que fez isso Fred,
por quê?
- por que era o certo a se
fazer, Sami.
- Não Fred, não, por favor,
não vá. - eu estava chorando, a dor de perder Fred me consumindo, fazendo minha
garganta se fechar.
- Sami, Sami, Sami. - Fred
sussurrou me abraçando.
- Não vai embora não. - as
lagrimas se acumulavam em meus olhos, e rolava quentes pelo meu rosto.
- Não chore mi querida. - Fred passou a mão pelo meu
rosto limpando as lagrimas.
- Você não deveria ter
feito isso. Por que Fred?
- Por que eu te amo. E
jamais deixaria nada acontecer- te, eu te amo Sami, amo muito, e prometi a mim
mesmo que enquanto eu estivesse perto de ti, iria te proteger.
Ao ouvir isso comecei a
chorar de novo, eu não merecia Fred, ele era bom demais para mim.
- Ah não chore meu amor, prefiro-te ver sorrindo. - ele
riu e me abraçou novamente, não resisti e comecei a rir com ele. - Viu? Não é
mais fácil assim?
John e Ana chegaram à
estação, e foram direto falar com os pais de Fred, John parecia preocupado, Ana
estava tranquila, e entediada.
- Ela não gosta mesmo de
mim, não é?- Fred os observava também.
- Eu não me importo com
ela.
- Nem eu Sami.
O trem virou à esquina, já
bem próximo a estação, meu coração falhou, eu só tinha mais alguns minutos com
ele.
O Sorriso alegre de Fred
desapareceu, seu rosto ficou triste, os olhos fixos nos meus.
- Eu te amo Sami. -
sussurrou.
- Não vá. - minha voz não
passava de um sussurro rouco.
Fred me soltou e se abaixou
para pegar a mala, colocando-a em cima do banco, e tirando de dentro dela uma
caixinha colorida com um lindo laço rosa.
- Eu iria esperar ate seu
aniversario, mais eu não estarei aqui.
- Fred eu não posso...
- Não me venha com essa de
não posso. - ele pegou minha mão colocando a caixinha dentro dela. – Abra.
Paguei a sem reclamar,
puxei a fita a e abri a caixa, dentro dela avia uma caixinha linda, toda de
metal com pedrinhas pequeninas de todas as cores, na tampa havia uma rosa
vermelha de metal, e embaixo dela estava escrito “PARA SIEMPRE, MI QUERIDA
SAMI”.
- É uma porta joias, eu não
o fiz, apenas escrevi em cima.
- Fred, é lindo, muito
obrigada.
- Disponha, e feliz
aniversario antecipado.
As pessoas já haviam descido do trem e a
estação estava vazia de novo, exceto por nos.
Ana e John, já estavam se
despedindo dos pais de Fred, John acenou para Fred, e ele e Ana deixaram a
estação.
- Sami você poderia vir
comigo.
- Eu... Eu... Não posso. -
comecei a gaguejar, Fred me pegara de surpresa.
- Por quê?
- Eu tenho medo de sair daqui
Fred, me perdoe, mais não posso.
- Frederico, temos que ir-
a mãe dele o chamou.
- Já estou indo. - Fred
respondeu sem se virar pra ela.
- Sami eu, preciso ir.
Eu o abracei não conseguia
mais dizer nada, eu queria ser forte o bastante pra mantê-lo aqui, mais eu era
fraca meus braços não eram fortes o suficiente.
Fred se soltou do meu
abraço sem nenhuma dificuldade. Deixando meus braços caírem flácidos ao lado do
meu corpo.
- Adeus meu amor, cuide-se
por mim, tome conta de você, não se esqueça de mim.
- Ah Fred, como eu queria
te amar , do jeito que tu me ama, queria ser corajosa para fugir de tudo isso,
queria que aquele maldito dia nunca tivesse acontecido.
- não se importe com isso
Sami.
- Adeus Fred, eu nunca te
esquecerei.
- Adeus Samantha. - foi à primeira
vez desde que eu conheço Fred, que ele me chamou de Samantha.
Fred me deu as costas e
saiu andando ate seu pai que o esperava na porta do trem.
Eu não aguentei toda a
magoa toda a dor, toda culpa se canalizou nas lágrimas e eu comecei a chorar
novamente, meus olhos se embaçando com as lagrimas, enquanto eu tentava
limpa-los para olhar para Fred.
O pai de Fred entrou no
trem, puxando Fred com ele, Fred se soltou da mão do pia, largou a mala no
chão, e correu ate mim.
Ele me tomou em um abraço
tão apertado, que me tirou o ar, ele sussurrava meu nome enquanto beijava meus
cabelos.
- eu te amo Sami. - ele
segurou meu rosto entre sua mão e me beijou.
Passei meus braços entorno
do pescoço dele, puxando-o pra mais perto, os lábios quentes dele se unindo aos
meus, de um jeito tão apaixonado que me deixou sem ar.
Fred me soltou seu rosto
tão feliz e tão iluminado, que me fez sorrir, ele me abraçou de novo, rindo em
meu ouvido, me soltou apenas um pouquinho, para me beijar de novo, esse beijo
foi mais rápido, mais ainda sim tão apaixonado quanto o outro.
Fred saiu correndo pra o
trem que já estava partindo, pegou a mala e embarcou, me deixando tonta e
petrificada onde eu estava.
Ele se curvou na janela e
soprou um beijo pra mim, quando o trem começou a andar.
- Adiós mi querida. - ele gritava e mandava beijos.
Sai correndo de onde eu
estava, o trem já estava partindo, corri ate a janela dele, ele estendeu a mão
e tocou meu rosto por um breve instante.
- Adeus Fred, meu querido.
- Adeus Sami, minha
querida. - o trem começou a ganhar velocidade, a voz de Fred se perdendo no
vento, ate o trem fazer a curva, onde eu não pude mais vê-lo, jogar beijos pra
mim da janela.
Fiquei ali parada, ainda
sentido o rosto quente, pelo beijo que ele me deu.
Ate eu me lembrar de que
ele não voltaria, a dor me dominou e eu me sentei no chão, olhando para o
presente que Fred me deu, que ainda estava em minhas mãos, com os olhos
transbordando de lágrimas.
Tive a sensação da mão de
alguém tocando meu ombro.
- Vamos pra casa querida. –
John me levantou do chão.
Quando percebi já estava em
casa, deitada em minha cama, abraçada ao presente que Fred me deu. Fixei meus
pensamentos, no passado, quando eu e Fred , éramos crianças, quando eu vim pra
cá, quando eu não conhecia o significado da palavra perda.